As certificações são a garantia que as empresas oferecem as melhores condições de trabalho para o bem-estar dos funcionários. E colaborador feliz significa maior produtividade, retenção de talentos e é um indicador de desempenho da empresa pensando a longo prazo. Conheça o Well e a Fitwel, as duas principais certificações hoje disponíveis no mercado.
Sustentabilidade foi palavra de ordem na década de 2000. Mais do que gerar lucros e movimentar a economia do país, as ações de cuidado e preservação do meio-ambiente ganharam força e se tornaram quase que obrigatórias para uma empresa responsável.
Nessa época, ficaram famosas certificações concedidas a edifícios, tais como a americana LEED, chancelada pelo Green Building Certification Institute, ou a francesa HQE, aqui no Brasil conhecida como Aquia-HQE, da Fundação Vanzolini, além da britânica BREEAM.
Uma vez consolidadas essas certificações e a consciência das pessoas a respeito da importância de edificações sustentáveis, o passo seguinte foi na direção de unir, dentro de um modelo harmônico e saudável, os prédios às pessoas que neles habitam.
Ou seja, a nova tônica do mercado é assegurar que as construções sejam responsáveis, mas também garantir que as práticas que ali acontecem causem impactos positivos nos seres humanos.
Novos tempos, novas demandas
A vida agitada dos grandes centros urbanos, potencializada pela era digital, de mensagens rápidas, redes sociais e agilidade nos pensamentos e ações, ao mesmo tempo em que gerou grandes benefícios para a sociedade, ligou o sinal de alerta. Esse ritmo acelerado abriu espaço para doenças físicas e emocionais, má alimentação, pouco tempo para lazer e atividades físicas, entre outros casos.
Palestra: Danilo Vilela - Diretor de Markeitng e Produtos Vertical Garden em Evento promovido pela Samsung SDS para Gestores de RH, Facilities e TI.
Assim, o mercado corporativo passou a considerar o bem-estar das pessoas em seus ambientes, promovendo ações nessa direção. Até porque estudos mostram que funcionários mais felizes e saudáveis tendem a não faltar no trabalho, a honrar com seus compromissos e obrigações e, inclusive, produzir mais e de forma mais eficiente quando comparados com pessoas desanimadas e estressadas.
Investidores tem buscado indicadores para analisar a saúde da empresa a longo prazo. Dados como ambiente, retenção de talentos, satisfação de clientes não entram em balanço contábil, mas fazem a diferença a longo prazo.
Esse processo parece irreversível. Em 2017, o mercado de wellness, ou bem-estar, bateu a casa dos US$ 3 trilhões, deixando para trás, pela primeira vez na história, a gigante indústria farmacêutica. O que esse dado fornecido pelo bureau de tendências WGSN significa na prática? O estudo revela que homens e mulheres estão em busca de um estilo de vida mais saudável, isto é, promovendo saúde, antes de recorrer aos medicamentos.
As tendências do Well e Fitwel
É nesse contexto que as certificações Well e Fitwel nasceram. Ambas vieram na década de 2010, e colocando as pessoas como foco central dentro das construções. A ideia de ambas é constatar que aquele espaço avaliado tem os requisitos básicos para o bem-estar, saúde e qualidade de seus ocupantes.
Em síntese, são duas possibilidades diferentes, mas que apontam para a mesma direção. Vamos falar agora uma pouco sobre cada uma. Certificação Well
A mais conhecida entre elas é a certificação WELL, oferecida pelo International Well Building Institute (IWBI). Foram sete anos de estudos até ser lançada, em 2015. Seu desenvolvimento passou por pontos importantes, como evidências científicas de estudos promovidos por entidades médicas, científicas e da área de engenharia.
A Certificação WELL está baseada em sete categorias: ar, água, alimentação, luz, fitness, conforto e mente. O processo de certificação considera um total de cinco etapas: registro; documentação; verificação de desempenho; certificação; e recertificação.
A pontuação vai até 117, e são três certificações oferecidas. Até 50 pontos, é nível prata; 60 pontos ouro e 80 pontos platina. Pode ser aplicada a qualquer tipo de edificação, mas com 23 pré-requisitos obrigatórios. Um diferencial interessante desta certificação é a auditoria realizada presencialmente. O profissional coleta uma série de amostras, entre elas de qualidade da água e do ar, além de fazer testes para comprovar a qualidade dos ambientes.
Certificação Fitwel
Outra certificação que visa o bem-estar do ocupante do edifício é a chamada Fitwell. Seu lançamento aconteceu em 2014, ainda como projeto piloto, pelo Governo Federal Americano. A intenção era promover uma estratégia preventiva de saúde pública. Sua operação é de responsabilidade do Center for Active Design, (CFAD), uma organização sem fins lucrativos, criado pelo prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, em 2011.
Sua pontuação vai até 144 pontos e também oferece três tipos de certificados. De 90 a 104 pontos, 1 estrela; de 105 a 124 pontos, 2 estrelas; e de 125 a 144 pontos são 3 estrelas. Seu documental é apenas online, e não prevê vistoria presencial.
Mais do que uma certificação, a Fitwell serve como uma espécie de guia para o bem-estar das pessoas, já que aponta 60 estratégias. Os valores considerados centrais nesse guia passam por saúde comunitária, morbidade e absenteísmo, igualdade social, atividade física, segurança, sentimento de bem-estar e alimentação saudável disponível.
Por serem certificações constituídas há pouco tempo, é prudente dizer, ambas estão passando por constantes ajustes para que possam corresponder a uma ampla faixa de mercados, empresas e colaboradores.
Um exemplo prático mostra a eficiência de uma certificação. De acordo com a Associação Americana de Designers de Interiores, houve 16% de ganho de produtividade, além de maior engajamento dos funcionários e absenteísmo reduzido, depois de transferir as atividades para um escritório com certificação Well.
Quais são as estratégias de implantação da certificação Well?
Basicamente existem sete estratégias apresentadas na certificação WELL que podem ser agrupadas conforme o impacto na saúde e bem-estar e cada requisito da certificação associa-se a um ou mais sistema corporal:
Cardiovascular
Digestivo
Endócrino
Sistema imunológico
Sistema tegumentar
Sistema muscular
Sistema nervoso
Sistema reprodutivo
Sistema respiratório
Sistema esquelético
Sistema urinário
Para trabalhar a melhoria em cada uma destas características, ações de design, comportamento e operação são planejadas para promover uma melhor performance de elementos como AR, ÁGUA, ILUMINAÇÃO, CONFORTO, NUTRIÇÃO, MENTE, FITNESS.
Quanto custa a certificação Well e Fitwell?
Para se ter uma ideia de valores, a Fitwell cobra US$ 500 para taxa de registro. A certificação é variável por m², no mínimo US$ 5.500 para até 4.645 m², e máximo US$ 8 mil para até 92.900 m².
Enquanto isso, a Wellness tem taxa de registro variável por m². Vai de US$ 1.800 a US$ 4.200. A certificação também é variável, partindo de US$ 5 mil para até 4.645 m², e máximo de US$ 145 mil para até 2.900 m². Nesse caso, não estão incluídos os custos da auditoria presencial, que encarecem substancialmente o valor, em torno de 50%.
Um exemplo prático mostra a eficiência de uma certificação. De acordo com a Associação Americana de Designers de Interiores, houve 16% de ganho de produtividade, além de maior engajamento dos funcionários e absenteísmo reduzido, depois de transferir as atividades para um escritório com certificação Well.
Mas note, implantar estratégias de bem-estar não precisa exatamente estar associado a Certificação. Qualquer empresa, de qualquer porte, pode por meio de Arquitetos e consultores especialistas no tema implantar as estratégias para beneficio direto de seus colaboradores.
Design Biofílico como elemento estratégico nas certificações Well e Fitwel
Já falamos aqui no blog sobre o Payback que empresas estão tendo na humanização de espaços corporativos.
Elementos do Design Biofílico, que conectam o homem com a natureza, trazem um aumento de performance e redução de custos com absenteísmo e faltas que impactam significativamente o ambiente corporativo.
Aplicar os conceitos de implantação do verde, iluminação adequada, conforto visual e acústico, entre outros podem elevar o nível de bem-estar do escritório em 15%, aprimorar a produtividade do colaborador em 6%, aumentar a criatividade em 15% e deduzir 4% custos de absenteísmo e presenteísmo. O relatório da pesquisa Espaços Humanos: Impactos Globais do Design Biofílico no Trabalho demonstrou que um terço (33%) de todos os entrevistados no estudo afirmam que a arquitetura e design de um escritório afetaria sua decisão de trabalhar para uma empresa. Nesse sentido, o investimento em design biofílico pode ser uma opção interessante para empresas que desejam apostar na atração de talentos.
Design Biofílico na Certificação Fitwel da Vertical Garden
A Vertical Garden em sua Matriz em São Paulo, Brasil, optou por além de implantar as estratégias de bem-estar do fitwel, entrar com um projeto formal de certificação, ainda em fase de implantação.
Com um projeto inovador utilizando os 14 elementos da biofilia, desenvolvido pelos profissionais da Vertical Garden e com assessoria para certificação feita pela arquitetura Luiza Junqueira, especialista Leed, Well e Fitwel sócia do escritório escritório Strabjunqueira, também responsável pela primeira certificação Well do Brasil.
Vale a pena investir em bem-estar se eu sou o proprietário ou gerenciadora do imóvel?
Trazendo agora um outro olhar sobre o bem-estar e imóveis que contemplam essas estratégias:
Aproximadamente 49% dos proprietários de edifícios estão dispostos a pagar mais pelos edifícios que demonstram ter um impacto positivo na saúde;
Aproximadamente 45% dos investidores possuem investimentos de impacto (investimentos centrados no desempenho ambiental, social e de governança) ou estão interessados em possuí-los;
Aproximadamente 97% dos usuários relatam facilidade de uso e 84% entendem como seus edifícios dão suporte à saúde graças ao acesso às informações e dados de desempenho necessários para certificar um projeto.
Esse outro olhar de proprietário do imóvel não poderíamos deixar de fora dessa análise. =)
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