É sabido por nós, seres humanos, que as plantas e o verde carregam uma beleza ímpar, natural e mudam profundamente todo e qualquer ambiente. O que talvez muitos não saibam é que as plantas exercem um alto poder terapêutico, uma vez que podem tocar no mais profundo do nosso ser. Esse é o motivo pelo qual o conceito de paisagismo hospitalar é crescente no mundo, incluindo o Brasil. As plantas, quando bem harmonizadas e pensadas a partir de um projeto de arquitetura consistente e competente, fazem enorme diferença na recuperação de pessoas doentes e fragilizadas física e emocionalmente.
Há, inclusive, evidências científicas dos efeitos positivos das plantas na recuperação da saúde. Pesquisas recentes nos Estados Unidos apontam que 82% dos diretores de hospitais reconhecem que espaços verdes são importantes na promoção da cura.
Verde: aliado físico e emocional de pacientes
No caso de hospitais, o verde atua de forma direta no campo emocional das pessoas, não só dos que estão passando por tratamentos intensivos, como também para seus acompanhantes, que acompanham de perto esse processo de recuperação da saúde. E, claro, nos profissionais de saúde que trabalham no ambiente.
Um espaço externo ajardinado bem organizado cria um clima de socialização importante para pessoas, bem como trazem boas sensações, que acalmam, relaxam, aliviam dores e a tristeza. Assim como são fundamentais projetos de paisagismo que contemplem o verde também nas áreas internas, como recepção, salas de espera, corredores, e até mesmo nos quartos onde ficam os pacientes internados.
O contato direto com a natureza, aliado a procedimentos médicos qualificados e o desejo interno de recuperação formam um tripé sustentável para a cura e a qualidade de vida.
Dicas práticas para o paisagismo hospitalar
O projeto de arquitetura e paisagismo em hospital, no entanto, deve ser realizado com critério. Uma dica importante nesse contexto é escolher as plantas adequadas para o ambiente.
Por exemplo, árvores como a fícus e a flamboyant, podem gerar problemas passado certo tempo, pois possuem raízes grandes e podem causar rachaduras no piso. Já a xeflera e a piracanta, que ficam muito bem em ambientes úmidos, podem causar infiltração. E a espatódia é conhecida por ter a folha escorregadia, ou seja, nada bom para o cenário pretendido.
Antes de pensar nas cores, objetos e plantas do jardim, é preciso definir, ainda na fase de projeto, qual a finalidade do espaço que será montado. Assim, evitam-se erros comuns como colocar vasos que se quebram facilmente em locais de passagem de macas. Ou manter em áreas fechadas espécies que precisam de muita iluminação e ventilação, aumentando o risco de surgimento de fungos e bactérias nocivas aos pacientes.
Agora pensando nas cores, elas também fazem a diferença, e fazer a opção certa é importantíssimo. Os tons puxados para os pastéis, como, por exemplo, branco, lilás, rosa e azul, têm a tendência de acalmar. Por outro lado, cores mais marcantes, como o amarelo vivo dos girassóis, tendem a causar algum agito nos indivíduos.
No jardim como um todo, o estilo japonês e o tropical são indicados para o paisagismo hospitalar. Em contrapartida, jardins áridos com pedras e cactos, mesmo que impressionem pela beleza, podem causar certo desconforto nos pacientes de hospitais.
Outro ponto importante diz respeito à manutenção. Nunca é demais lembrar: a manutenção adequada de um jardim deve ser feita por profissionais especializados no assunto. E isso envolve um custo. Nada que vá comprometer o orçamento, mas que precisa ser considerado. Ao mesmo tempo, pode-se usar plantas mais rústicas, como a bela-emília, jasmim e murta, que são mais resistentes e carecem, assim, de menos cuidados.
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