O que é o Desenho Universal?
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O que é o Desenho Universal?

Desenho Universal: uma abordagem inclusiva que transforma o design padrão, tornando-o acessível a todos. Explore seus princípios e saiba como ele está moldando a arquitetura para um mundo mais inclusivo e diversificado.

Design Universal
The artwork Double Blind (2008), by Antonia Hirsch, was commissioned by the City of Vancouver for the atrium of Vancouver Community College’s Broadway Campus building. Image courtesy Rick Hansen Foundation.

O conceito de Desenho Universal, desenvolvido pelo arquiteto norte-americano Ronald Lawrence Mace na década de 1980, gira em torno da abordagem na qual é considerado como se projeta e vive em espaços, levando em conta a potencial utilização por diversos grupos de pessoas, desde crianças até idosos. Além disso, ele incorpora a inclusão de pessoas com limitações linguísticas, deficiências e limitações temporárias, tornando a acessibilidade e a usabilidade uma prioridade na concepção de ambientes e produtos.


O Desenho Universal busca a concepção de espaços com acessibilidade universal, promovendo a igualdade de acesso e qualidade de serviços para todos, sem a necessidade de adaptações. Esse conceito, aplicável em áreas como arquitetura e design de produtos, considera as características de idade e habilidades individuais das pessoas. É uma abordagem alinhada com práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança) e se integra harmoniosamente ao Design Biofílico.

Desenho Universal
Parque Linear do Córrego Grande | JA8 Arquitetura Viva | Imagem: Lio Simas

Os sete princípios do Desenho Universal:

Ron Mace e um grupo de arquitetos que estudam o assunto chegaram a definir sete princípios para orientar e ajudar a entender o que é o Desenho Universal.


- 1° Princípio: O projeto, produto ou objeto deve ser igualitário, ou seja, garantir o uso de pessoas com diferentes habilidades, como por exemplo: portas de correr que se abrem automaticamente através de um sensor.

- 2° Princípio: O design deve fornecer flexibilidade em sua utilidade, acomodando diferentes habilidades e permitindo que as pessoas escolham a melhor maneira de usá-lo.

- 3° Princípio: O uso simples, intuitivo e de fácil entendimento, independentemente das experiências ou habilidades linguísticas de cada pessoa.

- 4° Princípio: O Desenho Universal deve transmitir uma mensagem clara capaz de comunicar, informar e instruir qualquer pessoa.

- 5° Princípio: Prevê que projetos ou produtos são tolerantes a erros dos usuários, mitigando as consequências e protegendo as pessoas.

- 6° Princípio: Os ambientes e produtos propostos devem ser elaborados a fim de exigir o mínimo esforço físico do usuário.

- 7° Princípio: Uso e manipulação de espaços e objetos, sempre considerando os diferentes corpos existentes, afim de permitir que pessoas com diferentes mobilidades possam se aproximar, alcançar e utilizar os objetos de maneira eficaz.


Na arquitetura, essa abordagem implica na concepção de espaços que sejam acolhedores e funcionais para uma ampla gama de usuários, independentemente de sua idade, habilidades físicas, aparência ou capacidade cognitiva. Além de atender aos requisitos básicos de acessibilidade, a arquitetura pode explorar estratégias adicionais para promover a inclusão e a usabilidade universal. Por exemplo, a incorporação de rampas como elementos arquitetônicos não apenas facilita o acesso, mas também pode enriquecer a estética do ambiente. Além disso, a utilização de técnicas de sinalização e orientação, como wayfinding, considerando texturas, cores e materiais como elementos construtivos essenciais, desempenha um papel fundamental não apenas na estética, mas também na comunicação e na promoção de uma experiência estimulante e acessível para todos. Um dos desafios atuais na arquitetura, é a compreensão de como projetar para públicos cada vez mais diversos e abrangentes.


O Desenho Universal orienta a inclusão, não apenas como um apêndice ao uso padrão, mas transformando o próprio padrão, garantindo amplo uso por todos os grupos, perfis e órgãos existentes, trazendo a acessibilidade como uma ferramenta irrevogável. Quase 40 anos após sua criação, ainda podemos agregar novas diretrizes a serem discutidas nessa universalidade, como inclusão socioeconômica, raça ou gênero. Um dos desafios atuais na arquitetura é entender como projetar para públicos mais amplos e diversificados.


Mesmo quase quatro décadas após sua concepção, o conceito de Desenho Universal continua a evoluir e enriquecer, incorporando novas diretrizes essenciais, como inclusão socioeconômica, equidade racial e de gênero. Ele vai além da noção de inclusão como um mero complemento ao padrão convencional, transformando o próprio paradigma ao garantir a acessibilidade ampla para todos os grupos, perfis e capacidades, tornando-o uma ferramenta indispensável.




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