Sol é sinônimo de vida, alegria e saúde. Não fosse essa estrela gigante, a que está mais próxima da Terra, provavelmente não teríamos condições de sobreviver. E o homem, dotado de sua alta capacidade intelectual, conseguiu criar soluções para captar essa energia solar e melhorar nossa condição de vida e, também, do planeta.
Hoje existem alternativas muito interessantes de captação de energia solar, e os arquitetos têm se preocupado com essa máxima na elaboração dos seus projetos. Isso porque com a obtenção desse recurso natural, é possível, antes de tudo, ter uma conduta sustentável e mais simpática com o meio-ambiente. Além disso, as soluções disponíveis hoje podem gerar custos menores quando chega a conta de luz.
No Brasil, apenas 2% da energia gerada vem do sol. Todo o resto vem praticamente de usinas hidrelétricas. E sim, é verdade que, por se tratar de uma realidade em desenvolvimento e, portanto, com uma demanda em escala ainda baixa, o investimento inicial em energia solar acaba sendo alto. Leva-se alguns anos para recuperar o aporte inicial. Porém, trata-se de uma prática nobre e que tem seu espaço nos dias atuais.
Veja algumas possibilidades para incorporar a energia solar no seu projeto de arquitetura.
Energia solar fotovoltaica
Esse sistema é bastante popular atualmente. A ideia básica da energia solar fotovoltaica é utilizar a luz oriunda do sol para gerar energia elétrica. Como isso é feito? Por meio de placas ou painéis capazes de transformar a luz que recebem do sol em pura eletricidade.
Em sua grande maioria, essas placas são feitas de silício, material semicondutor. Mas existem outros tipos de materiais. O preço é bastante variado, e o indicado é conversar com um especialista para entender qual é a melhor alternativa para o seu projeto de arquitetura.
Interessante é que essa energia pode ser acumulada em uma bateria e usada como fonte direta de energia, ou então pode ser distribuída para uma rede pública. A energia solar fotovoltaica pode ser aplicada tanto em áreas urbanas quanto rurais, e pode ser complementar ou substituir a energia elétrica convencional em casas, estabelecimentos comerciais e indústrias. O requisito básico é que o local tenha boa incidência do sol.
Vale a pena a energia fotovoltaica? O Simulador Solar (www.americadosol.org/simulador) é uma ferramenta para auxiliar na decisão sobre a adoção da energia fotovoltaica. Foi criado por meio de parceria entre o Instituto Ideal e a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento. Permite o cálculo da potência do sistema e da economia gerada a partir da sua implantação.
Energia Termossolar
No Brasil, essa técnica é a mais difundida, embora ainda esteja longe de ser requisitada com frequência. O intuito aqui é aquecer “naturalmente” água de torneiras, chuveiros, piscinas, entre outros locais. O princípio é extremamente simples. Coletores fazem a absorção e transferem a energia para um reservatório térmico onde a água fica armazenada até o seu consumo, sem a interferência da eletricidade.
Para definir as características desse sistema, é preciso levar em conta a demanda pela água quente, bem como os hábitos de consumo dos usuários. A título de curiosidade, o consumo de água quente de um brasileiro é de aproximadamente 100 litros por dia. Importante: em edificações já consolidadas, adotar a energia termossolar pode ser mais complicado. Ou seja, introduzir essa prática no princípio do projeto arquitetônico é o melhor caminho.
Painéis orgânicos fotovoltaicos, os filmes OPV
É o que há de mais moderno quando o assunto é geração de energia a partir da luz, e também apontada como a tecnologia mais sustentável. Seu grande diferencial está na alta capacidade de gerar energia a partir de ambientes menos iluminados e a possibilidade de aplicação em superfícies verticais ou mesmo móveis. O filme que faz essa transformação é bem fino, tem cerca de 1 mm de espessura, e seu peso gira em torno de 0,5 kg/m². O nível de transparência é 50%.
O filme OPV tem alta capacidade de absorver raios ultravioletas e infravermelhos. Sua base é de polímeros formados por moléculas orgânicas com condições de fazer a transformação de luz em energia. Tem uma pegada sustentável, inclusive, porque seu processo de fabricação gera menos impacto quando comparado ao silício, por exemplo, sobretudo na etapa de purificação da matéria-prima. O dilema, porém, está no fato de poucas empresas até aqui terem conseguido levar o filme OPV para escala industrial, o que torna um custo mais elevado tendo um payback muito maior em relação a outras soluções. Porém, flexibilidade de aplicação, pode coloca-lo como opção única dependendo do projeto em que for aplicado.
Mas a ideia segue viva e tem tudo para prosperar nos próximos anos.
Estratégia Sustentável com Telhados Verdes
Se você está considerando levar sua edificação para um nível mais sustentável e eficiente, certamente entendeu os benefícios da energia solar.
Entretanto é importante também conhecer as vantagens da cobertura verde, que é cobrir o telhado ou laje de plantas com vegetação.
No Brasil onde temos um clima quente, a demanda de energia por água quente para banho é tão importante quanto a demanda de energia de climatização consumida por um número cada vez maior de aparelhos de ar-condicionado.
Tratando-se de velocidade no retorno de investimento, a técnica do telhado verde é a mais rápida comparado a todos os sistemas de energia solar. Junto a isso, outros benefícios do telhado verde são:
· Maior retenção de água da chuva (aliviando sistemas de redes pluviais); · Aumento da vida útil do telhado; · Geração de microclima na região e contato com o verde; · Filtra CO2 e poluentes do ar; · Maior conforto térmico com economia de energia;
Em sua estratégia de uso da energia solar na arquitetura sustentável, considerar o telhado verde em união com placas de energia solar ou mesmo junto com as películas de OPV que podem ser aplicadas até mesmo as esquadrias do seu edifício, poderá ser um grande aliado em seu projeto!
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